A Vasculite por IgA, antigamente chamada de Púrpura de Henoch-Schönlein (PHS), é uma doença que provoca a inflamação dos vasos sanguíneos (vasculite). Esses vasos estão presentes em todo nosso corpo e a doença afeta , normalmente , os vasos da pele, intestinos e rins.

A púrpura, que são manchas vermelho-vinhosas na pele, são os vasos sanguíneos inflamados que se romperam e sangraram para o interior da pele.

 Também podem sangrar no intestino ou nos rins causando fezes ou urina manchadas de sangue (hematúria). Outros sintomas que podem surgir junto com a púrpura são: dor abdominal, dor de cabeça, dor nos testículos, dor nas articulações e inchaços das articulações.

A PHS é mais comum entre 5 e 15 anos, acomete mais meninos do que meninas.

Os pacientes com a doença têm uma resposta anormal do sistema imune, o que termina provocando a inflamação dos vasos sanguíneos.

O DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da PHS é  clínico e baseia-se nas lesões de púrpura, geralmente limitada aos membros inferiores e nádegas e  associadas a pelo menos uma das seguintes manifestações: dor abdominal, envolvimento articular (artrite ou artralgia) e envolvimento renal (principalmente hematúria).

Quando há dúvidas do diagnóstico, porque o quadro não é típico, pode ser feito biópsia da pele.

Dependendo dos sintomas, pode ser feito radiografias, ultrassonografias, tomografia, exame de fezes ou outros, não para diagnóstico, mas para avaliar a evolução do quadro ou afastar outras doenças.

TRATAMENTO.

A maioria das crianças com a doença não necessita de nenhuma medicação. É importante o repouso durante os primeiros dias do quadro .

Em casos alguns casos, para controle da dor, utiliza-se  analgésicos comuns ou  anti-inflamatórios não-esteróides.

A administração de corticoides é reservada apenas para casos graves, o que é raro.

QUANTO TEMPO DURA A DOENÇA

O primeiro episódio tende a durar de 4 a 6 semanas e 50% das crianças tem uma recaída (retorno dos sintomas) nas primeiras 6 semanas. Essa recaída não indica gravidade do quadro.

A grande maioria dos casos não serão graves e não terão sequelas. No entanto, todos os pacientes, mesmo sem sintomas,  devem ser acompanhadas de perto, com consultas periódicas e realização de exames, para controle principalmente da parte dos rins que pode ser afetado anos após a primeira manifestação da doença.

Nos casos das crianças que tiveram doença grave com acometimento renal, o acompanhamento deve ser ainda mais regrado e frequente, pois a lesão nos rins pode levar a insuficiência renal.